Antes que comece a ler, quero deixar bem claro para você, caro leitor, que sou a favor dos direitos humanos. Tendo esclarecido isso, gostaria também de mencionar que cada direito leva consigo, automaticamente, um dever.
Acredito que para ser merecedor dos meus direitos como cidadão, devo primeiro ter cumprido minhas obrigações. Algo similar ao trabalho, primeiro trabalho, depois recebo. Muitas pessoas pensam que a relação é inversa, primeiro recebo e depois faço o trabalho.
Uma sociedade é a soma dos indivíduos que nela convivem. Este é o princípio clássico, mas eu faria um adendo: “Uma sociedade é a soma dos indivíduos que nela convivem de uma maneira participativa”. Aqui quero deixar bem claro que transformar uma sociedade num constante falatório não significa participar. Estou seguro que todos conhecemos pessoas que tem opinião sobre todos os assuntos, senão vejamos as mídias sociais, mas quando chega o momento das atitudes somente uma minoria as toma.
As instituições que trabalham com a defesa dos direitos humanos, deveriam ser mais abrangentes, defender não somente os direitos dos criminosos, mas também das vítimas. Também deveriam mudar seu objetivo para defesa dos direitos e deveres dos seres humanos. É uma posição muito confortável lutar pelos direitos sem levar em consideração as obrigações que cada uma delas traz consigo.
Lembro como se fosse hoje os ensinamentos dos meus pais:
– Se quer ser tratado com educação, trate aos outros com educação.
– Você colherá aquilo que semear.
– Seu direito termina onde começa o de seu colega.
– Respeite aos mais velhos.
– Seus professores são os substitutos de seus pais.
A impressão que tenho é que, atualmente se ensina às crianças:
– Não precisa ser educado para conseguir o que você quer.
– Você vai colher se pegar primeiro, não seja o último da fila.
– Seu direito vai até onde você quiser.
– Os velhos tiveram sua oportunidade, agora é sua vez.
– Seus professores não sabem nada, caso contrário seriam milionários.
A mesma coisa acontece com os direitos humanos, em lugar de lutar pela compreensão da relação direito/dever, se ensina na sociedade que aquele que infrinja suas leis terá vantagens sobre aqueles que a respeitam. Os direitos ficam para os infratores e as obrigações para aqueles as cumprem.
Exemplo clássico: os pais geram filhos. Não existe nada melhor que praticar sexo, mas as consequências, uma das quais são os filhos, são protegidos desde sua concepção. Caso os pais não tenham condições de educa-los e alimentá-los o ônus fica para à sociedade. O mesmo acontece com os infratores, cometem delitos e as consequências ficam por conta daqueles que não infringiram as leis. Os direitos humanos deveriam ser exclusividade daqueles que cumprem com os deveres humanos. Não acha?
Boa semana.
Professor Ricardo, Direitos Humanos no Brasil é uma excrescência! Entre o marginal e sua vítima só o marginal tem atendimento e proteção , entre o marginal e a polícia o marginal está sempre em primeiro lugar, é só assistir aos noticiários. Não há dúvida. Tudo gira em torno da educação, civilidade e instrução, o que falta muito nas diversas camadas da sociedade, do menor ao maior. O menor que se constitui maioria, cujo comportamento quase sempre é reflexo dos pais que lhe são espelhos, fica muito a desejar. A vida funda-se em um complexo de direitos e deveres cuja observância escapa aos que não estejam integrados no sistema ou na sociedade em que vivem. Como disse Shakespeare, ser ou não ser eis a questão…
Amigo Mesquita: Quando vejo as atitudes e comportamentos do ser humano, e por conviver com um cachorro chamado “Jorginho”, exemplo de inteligência, nãp posso deixar de pensar em Lord Byron que uma vez disse: Quanto mais conheço o ser humano, mais gosto do meu cachorro.
Um grande abraço
Ricardp