Um dos sentimentos que se tem perdido nos nossos dias é a vergonha. Como é habitual nas minhas crônicas sempre procuro a ajuda de meu fiel companheiro o dicionário. Eis aqui o que ele me diz:
Vergonha: 1 Sentimento de humilhação ou de desonra. 2 opróbrio. 3 Manifestação de desconforto mediante uma atitude indecente ou indigna; rubor. 4 Receio de se sentir ridículo perante as pessoas. 5 Senso da própria dignidade ou honra. 6. Qualquer situação vexatória.
Quando olho à minha volta percebo a falta da percepção das pessoas do conceito da própria dignidade ou honra. E quando chegamos a esse ponto, deixamos de sentir o desconforto de estar ou passar por uma situação indigna ou indecente.
Ao mesmo tempo quando deixamos de ter a noção do que é sentir-nos envergonhados, perdemos a capacidade de reconhecer nos outros a carência de sentir vergonha. Isso nos leva a ficar indiferentes já que somente podemos reconhecer algo que conhecemos. Daí a origem do prefixo na palavra reconhecer, transforma o conhecer em voltar a perceber algo que antes já sabíamos. Por isso compramos as desculpas mais estapafúrdias, já que não reconhecemos à falta de vergonha. Isso nos transforma em alguém sem-vergonha. Meu amigo o dicionário diz que:
Sem-vergonha: Diz-se de ou pessoa desavergonhada, sem brio, sem moral.
Vivemos numa época que talvez seja mais fácil reconhecer, de uma forma mais explícita, as pessoas que representam melhor estas definições do dicionário.
Procure antigos ou atuais políticos que atuam ou atuaram na vida pública tentando defender roubos, desfalques, apropriação indébita, recebimento de propina, uso do cargo em benefício próprio ou de parentes e amigos. Coloque a foto deles na sua geladeira, no espelho do banheiro para não esquecer do rosto deles e não votar nos mesmos nas próximas eleições. Sabem por que? Porque votar nesses indivíduos, meliantes que são, transforma você numa pessoa que deixou de ter vergonha na cara, e daqui a pouco você também será um sem-vergonha. Tem um velho ditado que diz que todo povo tem o governante que merece. Espero que o Brasil esteja passando por uma etapa de reconhecimento do verdadeiro significado da palavra vergonha. Caso isso seja assim poderemos mudar a cara do país, caso nos deixemos iludir, então teremos o que merecemos governantes sem-vergonhas que representaram fielmente quem somos.
Você meu amigo, entendeu o que é ter vergonha?
Boa semana.
Caro professor, esta crônica precisa ficar bem guardada para voltar a ser publicada as vésperas das eleições ano que vem. É preciso que o eleitor esteja atento para não entregar seu voto aos “sem-vergonha”, para, além de contribuir com o país no alijamento dessa espécie, não se transformar também em um “sem-vergonha”. Temos ainda os sinônimos de “sem-vergonha”: safado, impudico, patife, insolente, espudorado, desfaçatoso, descarado e muitos outros. O “sem-vergonha” causa ranço as pessoas integras. E como diz a cantora Anitta: “Depois que o ranço se instala amor, não tem cura”. Que o eleitor tenha ranço, repudio de votar nos mesmos políticos que deveriam estar presos. É hora de mudar em benefício de todos. Forte abraço.
Caro Mesquita: Não sei se adianta, lamentavelmente ler e compreender é necessário para entender o que está acontecendo no nosso país. A maioria de nosso povo está mais preocupado com jogos de futebol, shows de Paullos e Anitas do que com saber o que acontece com seu dinheiro. Os romanos já utilizavam estes métodos: pão e circo são fundamentais para um povo sem escolaridade. As pesquisas indicam que nosso “protetor” Lula detém 38% das intenções de voto, a ignorância vencerá mais uma vez. A ética chega com o conhecimento, cultura e educação, sem elas a ética some, por isso temos a o sistema educacional que temos. Gostaria de compartir seus desejos, mas a realidade nos apresenta um futuro cheio de tempestades e incertezas.
Um abraço
Ricardo