Público ou privado

É incrível como nos enganamos a nós mesmos. Quando não pensamos nas palavras e seus significados dizemos coisas que muitas vezes não têm sentido. Sempre existiu a discussão se a educação privada é melhor que a pública ou vice-versa, quando o que realmente deveríamos discutir seria como conseguir uma educação de qualidade ao alcance de todos. Todos devem concordar com isto, mas a pergunta real é: O que é uma educação de qualidade?
Minha resposta é: A educação que recebemos de nossos pais nos nossos lares. Ela será a base da escolarização que receberemos nas escolas, sejam públicas ou privadas. A educação, ou seja, a consciência de pertencer a um grupo familiar que tem regras, com direitos e limites para cada um de seus integrantes é fundamental para depois poder integrar-se na sociedade. A escola estabelece as regras de interação entre à diversidade da educação que cada um tem recebido nos seus lares, junto com o fornecimento dos conhecimentos básicos para poder escolher e ter acesso à educação terciaria que definamos para nossa vida.
Nesta era de computadores, poderíamos dizer que em nossos lares recebemos a formatação e os programas operacionais com os quais iremos funcionar. Na escola os arquivos necessários, assim como a capacidade de organizar os mesmos. Na educação terciaria aprendemos a programar e processar tudo o que temos aprendido, criando novos programas ou simplesmente fazendo rodar aqueles que estão disponíveis no mercado. A grande diferença está naqueles que podem criar novos programas e sistemas a partir do já existente. Os gênios são aqueles que estabelecem novos paradigmas para o compartilhamento dos conhecimentos, e novos caminhos a serem transitados.
Vejo tanta preocupação em discussões sem sentido entre se o caminho deve ser público ou privado, em lugar de estar estudando o que funciona e o que não funciona. Para mim tanto faz se o transporte é público ou privado, o importante é que funcione e seja acessível em todos os sentidos. Da mesma maneira a escolarização, tanto faz se é administrada por alguém que quer obter um lucro razoável (num estado que não leve mais do 50% dos recursos com impostos), ou uma pública (na qual o estado realmente invista todos os recursos em não somente o 50% da verba destinada). As duas formas funcionam quando há homens responsáveis, cidadãos conscientes e famílias que sabem quais são suas obrigações de pais e mães.
Público ou privado são palavras que deveriam ser substituídas por responsável ou irresponsável. Qualquer atividade humana, desde ter filhos à educar passa pela responsabilidade.
O que é ser responsável?
Responsável: 1. Que ou aquele que assume ou tem responsabilidade.
2. Que ou aquele que responde pelos atos próprios ou de outrem.
3. Que ou aquele que tem de dar contas dos seus atos públicos.
4. Que ou aquele que é culpado por qualquer falta.
5. JUR Que ou aquele que cumpre com os seus compromissos ou os de outrem perante a justiça.
http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/respons%C3%A1vel/

Você concorda comigo?

2 Comments

  1. José Antonio Mesquita said:

    Estimado professor, excelente mais esta sua crônica, cujos temas que você escolhe os aborda com muita propriedade. No caso presente, resumo tudo no âmbito da responsabilidade e irresponsabilidade. Precisamos ver mais responsabilidade e menos irresponsabilidade nos três poderes da nossa república, nos pais e filhos educando-os adequadamente para o futuro, nos serviços públicos e seus servidores, principalmente na área da saúde, nas escolas públicas ou privadas e nos seus professores e alunos, nos empresários e seus funcionários, e em tudo aquilo que o cidadão precise e utilize no seu dia-a-dia. Que o eleitor vote investido de verdadeira consciência cívica. Que consigamos nos ver livres definitivamente da corrupção, omissão, negligência, desídia e do princípio de levar vantagem em tudo. A caminhada até que o país adquira um mínimo de respeitabilidade dentro e fora de suas fronteiras é longa, uma verdadeira batalha para o restabelecimento de sua imagem tão delapidada. Ser ou não ser eis a questão!

    9 de março de 2018
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    • Caro amigo: Uma vez perguntei à minha mãe se algum dia chegaria a ser um gentleman. Ela respondeu: O dia que você seja capaz de comer azeitonas com palito em lugar das mãos estando sozinho esse dia você começará a ser um gentleman. A mesma coisa podemos falar da responsabilidade, quando cheguemos a ser responsáveis por motivo de foro íntimo e não porque somos exigidos, talvez esse dia comecemos a melhorar como país.
      Um abraço
      Ricardo

      9 de março de 2018
      Reply

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