Armas de destruição

Assistindo às notícias, nas quais somente vemos assassinatos, mortes nas instalações que deveriam tratar da saúde, mortes na estrutura carcerária, mortes nas escolas onde as crianças deveriam estar protegidas, me pergunto: Que tipos de armas são estas?
Algumas pessoas pensam que são fuzis, granadas, morteiros, facas e qualquer outro instrumento que entre dentro da categoria de armas, mas o que poucos percebem é que as verdadeiras armas de destruição não são essas, mas aquelas que estão nas mãos dos que exercem o poder, ou possuem responsabilidades pelo cargo que ocupam.
Uma pessoa inculta, produto de uma família destroçada socialmente, criado numa comunidade dominada pelo tráfico e/ou pelas milícias, comete um assassinato, tem o mesmo grau de culpa que alguém com educação superior, fruto de uma família abastada e que teve as melhores oportunidades atropela e mata alguém?
Alguém com recursos limitados, já que ganha pouco, cumprirá o mesmo tempo de prisão, por um crime cometido que um funcionário de alguma corporação ou do estado?
Que tipo de arma é mais perigosa? Um fuzil empunhado numa favela ou uma caneta com poder para liberar recursos para atender a saúde. Um revolver disparado num assalto ou um habeas corpus libertando um colarinho branco.
Um voto na urna inconsciente trocado por uma dentadura, ou o voto consciente de alguém que o troca por um cargo de confiança?
Que arma é menos letal? Uma notícia que destaca um fato para beneficiar determinado grupo econômico ou a notícia que é omitida para não prejudicar interesses escusos.
Um médico usa o seu conhecimento como arma ou instrumento, dependendo de quem ele seja. Caso somente exerça sua profissão pelo dinheiro, seu conhecimento será uma arma, caso o faça para ajudar ao próximo será um instrumento. O que determina, em qualquer profissão, advogado, professor, engenheiro, administrador, político, se seu conhecimento é uma arma ou um instrumento será sua motivação principal.
Então me pergunto: O que é realmente uma arma? Minha resposta pessoal é: O ser humano define o que é um instrumento e o que é uma arma. Arma de destruição somos nós que estamos acabando com a natureza e todas as benções que recebemos gratuitamente. Nós somos os que matamos aos nossos semelhantes com nossa indiferença e descaso.
Tome cuidado com a arma mais letal conhecida: Cada um de nós somos potencialmente a arma de destruição mais perfeita. Podemos ser instrumento ou arma. Cada um de nós decide. Ainda dá tempo, decida se você será um instrumento ou uma arma.

Boas semana!

6 Comments

  1. André Chaves said:

    Perfeito!!!

    25 de março de 2018
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  2. ririgoyenadm said:

    Meu Pai..meu Amigo e meu Professor!
    O que eu penso é que devemos sempre colocar pessoas capazes pessoas com condições de julgar corretamente nossas leis, e pessoas com capacidade para mudar essas leis que estão velhas e ultrapassadas. Dora isso não há muito que fazer, se não usar a nossa arma que é o voto é o teclado antiga caneta para escrever nossas opiniões.

    24 de março de 2018
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    • A palavra, a caneta, e a inteligencia sempre serão mais fortes e letais que qualquer arma. Pensar nas necessidades dos outros é sabedoria. O único limite real entre os seres humanos é dada pela educação que nos ensina a enxergar o outro como um espelho da gente.

      24 de março de 2018
      Reply
  3. Mesquita said:

    Professor Ricardo, considerando as várias condições expostas em sua matéria, muito difícil se definir qual a arma ou instrumento mais importante e nocivo. É tudo uma questão de momento, de oportunidade e de estado de espírito na ocasião. Cada caso é um caso. Tem a mão que afaga e a que pune de diversas maneiras e instrumentos. Segue para seus leitores o link de acesso “A Prece de um juiz” que recomendo que todos leiam e meditem. Forte abraço.
    http://mazelasdojudiciario.blogspot.com.br/2014/11/a-prece-de-um-juiz.html

    23 de março de 2018
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    • Caro amigo, como sempre seus comentários são muito pertinentes. O ser humano é o principal ator no cenário do teatro de nossas vidas, como dizia Shakespeare. Tudo depende das motivações e das intenções, mas devemos tomar cuidado já que no ditado popular o inferno está cheio de bons intencionados.
      Um grande abraço.
      Ricardo

      24 de março de 2018
      Reply

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